A
importância da leitura feita pelo professor
Resumo
Este artigo estuda a
prática de leitura feita pelo professor, o quão importante isso é para o
desenvolvimento cognitivo da criança. Aqui é estudada a leitura não somente
como uma forma de se aprender a ler e escrever, mas também como uma forma de se
relacionar a leitura com outras disciplinas necessárias para o desenvolvimento
humano. A leitura compreendida é vista como uma liberdade para criar sua
própria autonomia, sua opinião e conhecimento sobre as outras culturas, o
respeito a diferentes visões, o reconhecimento da arte na escrita e imagem. Aprender a ler e a escrever, como tudo, leva tempo. Quem
aprende necessita da ajuda de outros e de tempo para treinar. À medida que se
vai aprendendo, a necessidade de ajuda tende a desaparecer e a criança fica
mais autônoma e independente. Sua comunicação torna-se mais eficaz,
deixando a criança confiante em si mesma para se relacionar.
Introdução
“É
indiscutível que os leitores não se formam com leituras escolares de materiais
escritos elaborados expressamente para a escola com a finalidade de cumprir as
exigências de um programa. Os leitores se formam com a leitura de diferentes
obras que contêm uma diversidade de textos que servem como ocorre nos contextos
extra-escolares, para uma multiplicidade de propósitos (informar, entreter,
argumentar, persuadir, organizar atividades, etc.). Alguns desses textos –
usados convenientemente – podem favorecer os trabalhos de produção e de
compreensão.” (KAUFMAN e RODRIGUEZ, 1995, p. 45)
A leitura feita pelo professor é muito importante, pois cria hábitos de
ler deste as séries iniciais. A leitura nos abre as portas para novas idéias e
conhecimentos. O ato de ler do professor deve ir além da leitura, das palavras,
levando o individuo a leitura de mundo, do contexto cultural onde ele vive
possibilitando assim desenvolvimento do senso crítico. Desenvolvendo nos alunos
compreensão de expressão formal e simbólica não importando por meio de que
linguagem. '' A leitura é o movimento crítico da constituição do texto,
pois é o momento privilegiado do processo da interação verbal: aquele em que os
interlocutores, ao se identificarem como interlocutores, desencadeiam o
processo de significação.''(ORLANDI, 1983, p20)
A leitura permite que a criança desenvolva o exercício da
fantasia e da imaginação e estimula significados, onde começam a descobrir
o mundo. Um aspecto importante para o professor proporcionar para seus alunos
através da leitura, seria a visita a biblioteca. Com prática de investigação de
determinados assuntos e uma forma de interagi-los com os livros para a formação
de bons leitores. Também podendo trabalhar a leitura através de projetos
interdisciplinares. Aqui já podemos ver o que um texto bem aplicado em sala de
aula faz repercutir. Imagine então a leitura de diversos textos com
entretenimento. Esse é o “X” da questão, saber usá-los!
Deve-se atender
tanto os interesses pedagógicos, como os do ouvinte. Pois a compreensão
dependerá de várias condições: habilidade, estilo pessoal, o objetivo da
leitura, o nível de conhecimento prévio do assunto tratado e o nível de
complexidade pelo texto. Soligo ( ano, p. ) diz: “As crianças aprendem a ler
participando de atividades de uso da escrita com pessoas que dominam esse
conhecimento.”
Por isso a
importância do professor ler para as crianças, passando confiança, e
curiosidade no que lê. Despertando a confiança nelas mesma, e a curiosidade,
praticando a leitura tanto fora como dentro da escola. Mas o principal é dar um
significado para aquela leitura, sem isso é muito difícil elas aprenderem, e
mostrar a elas que é uma atividade muito valorizada. Uma prática de leitura que
não desperte nem cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica
eficiente.
Em
língua oral permitimos à criança que se engane ao produzir, tanto quanto ao
interpretar, e que aprenda através de suas tentativas para falar e para
entender a fala dos outros.
Materiais
para ler- Em cada classe de alfabetização deve haver um “canto ou área de
leitura” com qualquer tipo de material que contenha escrita (jornais, revistas,
dicionários, folhetos, embalagens de medicamentos, etc.). Para realização de
diversas atividades (exploração, classificação, busca de semelhanças,
diferenças), e para que o professor, ao lê-los em voz alta, dê informações
sobre “o que se pode esperar de um texto” em função da categorização do objeto
que o veicula.
Não
se deve ensinar, porém, deve-se permitir que a criança aprenda. Qual é a única
maneira de permitir a alguém – criança ou adulto – que aprenda algo a respeito
de certo objeto do conhecimento? Permitindo-lhe que entre em contato, que
interaja com esse objeto. Não é necessário dar aula de física na pré-escola,
mas é preciso dar oportunidades para que se descubram algumas propriedades
físicas elementares. Da mesma forma, não é obrigatório dar aulas de
alfabetização na pré-escola, porém é possível dar múltiplas oportunidades para
ver o professor ler e escrever.
Usa-se
a língua escrita em contextos funcionais (ajudando a criança a descobrir que é
necessário ler para inteirar-se de algo ou para aprender algo novo, que é
necessário escrever para estar segura de lembrar algo no dia seguinte ou para
comunicar-se com alguém ausente, etc.).
Permite-se
que as crianças tenham interação com a língua escrita, nos mais variados
contextos. Isto significa que escutem o professor, sabendo onde e o que está
lendo, para descobrir que a língua se organiza de maneiras diferentes quando a forma
oral corresponde a uma leitura ou quando se fala sem ler.
O
que sabemos é que os professores que se atrevem a dar a palavra às crianças e a
escutá-las descobrem rapidamente que seu próprio trabalho se torna mais
interessante (e inclusive mais divertido), embora seja mais difícil porque os
obriga continuamente a pensar.
"Os professores precisam
desenvolver uma intimidade com os textos utilizados junto a seus alunos e
possuir justificativas claras para a sua adoção. E mais: precisam conhecer a
sua origem histórica e situá-los dentro de uma tipologia. Essa intimidade e
esse conhecimento exigem que os professores se situem na condição de leitores,
pois sem o testemunho vivo de convivência com os textos ao nível da docência
não existe como alimentar a leitura junto aos alunos." ( SILVA, 1988, p.63)
Análise do objetivo de estudo
Sala observada: 2º ano do Ensino Fundamental, no período da tarde, com
xx alunos, na escola “E. E. Gumercindo Gonçalves”, na cidade de Sorocaba-SP,
bairro Jardim Gonçalves.
A professora abordou dentro da sala de aula, vários tipos leitura e de gêneros
textuais, para que os alunos tenham conhecimento e identifique cada um
deles. Ela usou varias estratégias, como de leitura imagens,
através de cartazes, gibis, etc.; músicas educativas que relacionam o
som com a escrita.
Em relação o
desempenho dos alunos, eles não tiveram dificuldades em nenhuma atividade, mas
tiveram maior desenvolvimento na música, por ser uma aula diferente, onde eles
prestam mais atenção e ficam mais atentos. Ex: A história em quadrinho.
Ela distribui uma revista para cada aluno que, acompanham a leitura ao
visualizar a imagem e também a escrita. Nesse tipo de leitura além de
conhecerem este gênero textual, também podemos observar a leitura de imagem, o
reconhecimento deles a partir da expressão do personagem. Essa prática é
utilizada pelo menos duas vezes na semana, e os alunos ficam bem atentos, pois
é uma leitura que chama muito sua atenção.
Outra prática muito
interessante é a do Caderno Viajante. É feita uma bolsa bem enfeitada onde é
colocado um caderno que uma das crianças leva para casa junto a um livro
escolhido, ela lê em casa, com a família às vezes, e sua interpretação da
leitura (com desenhos e escrita), é registrada no Caderno que no outro dia é
lida para a sala toda.
Importante também é
o momento de leitura livre, um tempo dado aos alunos para escolherem o que ler
no cantinho da leitura (revistas, livros, gibis, folhetos), muitas dúvidas
aparecem e são esclarecidas pela professora. Além de desenvolver a autonomia em
escolher o quer ler, podem descobrir mais sobre aquela leitura com o apoio do
professor. A observação da prática de leitura em sala de aula
foi positiva, apesar da grande quantidade de alunos em uma mesma sala, que
dificulta o domínio da sala, e a atenção de alguns alunos.
Considerações
finais
Os benefícios são
grandes quando se coloca em prática a leitura em sala de aula e na instituição
escolar como um todo. O desenvolvimento pode ser lento, mas é eficaz e
construtivo, a ponto de transformar o ser (aluno), em um cidadão independente,
com suas próprias opiniões e vontades, e com liberdade para exercê-las.
Alfabetizar:
“É
poder transitar com eficiência e sem temor numa intrincada trama de práticas
sociais ligadas à escrita. Ou seja, trata-se de produzir textos nos suportes
que a cultura define como adequados para as diferentes práticas, interpretar
textos de variados graus de dificuldade em virtude de propósitos igualmente
variados, buscar e obter diversos tipos de dados em papel ou tela e também, não
se pode esquecer, apreciar a beleza e a inteligência de um certo modo de
composição, de um certo ordenamento peculiar das palavras que encerra a beleza
da obra literária. Se algo parecido com isso é estar alfabetizado hoje em dia,
fica claro por que tem sido tão difícil. Não é uma tarefa para se cumprir em um
ano, mas ao longo da escolaridade. Quanto mais cedo começar, melhor.”
(Ferreiro, outubro de 2006, entrevista Nova Escola.)
Bibliografia
Kaufman, Ana Maria/
Rodrigues, Maria Helena– Livro-Escola, leitura e produção de textos, 1995.
Silva, Ezequiel Theodoro. A leitura no contexto escola, 1988.
Emilia, Ferreiro,
entrevista Nova Escola, outubro de 2006, disponível-http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/momento-atual-423395.shtml